terça-feira, 21 de dezembro de 2010

VIVO


Vivo mais um momento do
verso.
Procuro palavras que
expressem minha
inquietação.
O pensamento me assusta, as emoções me inquietam.
O que será o amanhã?
O medo entra irriquieto.
Quero fugir...fugir...
Fugir nas espumas da onda,
no sibilar
do vento...
Encontrar-me na linha do horizonte,
onde tudo ficou para trás.

domingo, 19 de dezembro de 2010

INIBIÇÃO


Teu poema me inibe.
Meu poema te inspira.

Nossos poemas se tocam!
Teu olhar! Me escraviza.

Teu falar me incentiva.
Eu e tu
tu e eu
no jogo perigoso das palavras.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O GATO COMEU A LÍNGUA DO NOSSO ANFITRIÃO

No dia dez deste mês
foi me dada ocasião
de assistir à palestra
sobre o nosso grande Freirão
o problema é que o gato
comeu a língua do nosso anfitrião.

Não sei bem se foi comida
ou se está no salão
mas o certo é que perdida
e nessa ocasião
só ocorre que eu diga, ou diga não,
que o gato comeu a língua do nosso anfitrião.

Você meu velho amigo
ou, então, é amigão
me provoca com o mote
que é um mote do cão
pois dizer sempre rimando
não é tão fácil assim não!
que o gato comeu a língua do nosso anfitrião.

Com tanta dificuldade
acho bom aqui por um não
no danado desse mote
dado por meu amigo"cão"
o gato comeu a língua do nosso anfitrião.



(O cordel pode ser produzido com rimas, sem obrigação de ser com mote, mas é tradicional se trabalhar com mote. O MOTE DEVE SEMPRE FECHAR AS ESTROFES. O caso foi acontecido em uma palestra, na qual o palestrante, como era nosso amigo ficou um tanto envergonhado de tratar de uma temática que nós  tinhamos,conhecimento igual ou superior ao de alguns dos participantes. Isso inclui o nosso coordenador de área.     .

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

UM DIA DE TRONO

Misael meu velho amigo
estou com" pena" de você
faz um grande sacrifício
vendo quase a merda descer.

Mas como tem compromisso
tapou o cu pra correr
e vir logo para cá
sobre a EJA discorrer.

Cumprindo a sua missão
fica logo aliviado
só não sei se está bom,
ou se está todo cagado.

Mas, cagado ou bem limpo
é bem observador
está olhando Sandrinha
medindo do" cu " o teor.

Digo teor não da bosta
mas do cheiro que encrosta
e talvez isso a deixe
mais charmosa pra proposta.

Refiro-me à proposta
de aceitar o amor
embora já tenha dito
que Deus a livre de professor.


( Produzido a partir de dois fatos: um amigo teria um seminário sobre Educação de Jovens e Adultos e estava com uma desinteria, enquanto agurdava observava uma colega, considerada pelos colegas "gostosa"e que sempre afirmava que não namoraria professor,porém, atentamente olhava o" cofrinho"de outro colega.)




quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

CUIDADO COM A LÍNGUA

Sei que existe um problema
de entendimento semântico,
se falar algo estranho
é um problema satânico
de entendimento da língua
de se perder o tamanco.
Dou um recado a amiga
que falante acha ser,
falou que o educador
gosta demais de comer.
Mas comer é que não sei
se é próprio ou figurado
é melhor parar aqui
com esse problema danado.



(Produzido após uma conversa, na hora do almoço, em que alguém comentava que os professores gostavam de comer, como havia alguns "pegadores" resolvemos brincar com o sentido de comer.)


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SOBRE O TRAVAMENTO DE MISAEL

Amigo vou lhe dizer 
sua cara está ruim
ou está com a ressaca
ou comeu demais "xaim."

O danado do "xaim"
é um troço até bom
mas quando come demais
tira o cara do tom.

E não só tira do tom
dá também um mau futuro
depois que o pau amolece
o pescoço fica duro.

Digo que o pau amolece
após a boa gozada,
na verdade eu explico
pra não acharem que eu falo
da tão temida broxada.

Jamais direi tal negócio
pois seria herisia
eu entendo que o colega
como "xaim" noite e dia.

Vou parar com essa prosa
sobre foda e travamento
e cuidar de aprender
conceitos de letramento.




(Aconteceu que um amigo chegou, em um sábado, pela manhã,todo travado, com o pescoço duro e alguém insinuou que ele havia transado demais e de qualquer jeito. No dia teríamos palestra sobre letramento.)

domingo, 12 de dezembro de 2010

O CASO DO FLATO

Quero contar uma história
que comigo aconteceu
começou com uma palavra
que um peido sucedeu.

Por isso que tá na hora
de parar com "risadário"
da fala de um certo homem
virar um "crizeudoário".

Por causa de uma palavra
chamada de "PINGOLADO"
quase que saí da praia
me desmanchando em "peidário".

O problema é que ri tanto
que as "pregas" afroxou
e eu rindo nem senti
que o peido aloprou.

Fiquei um pouco sem graça
procurando controlar
mas isso não conseguia
pois o danado do peido
seu barulho repetia.

Me despedi, vim embora
foi o caminho que fiz
deixei pra lá o TIOSCO, REVELION, PINGOLADO
saí com medo da merda,
deixar o carro cagado.

OH vergonha da molesta
passei na hora do ato.
Bem feito! Quem é que manda
rir de quem fala TRIATO!!!





(O acontecido foi em uma praia, na casa de uma amiga, onde vários amigas riam de um certo falar de um homem e as mesmas planejavam fazer um dicionário das expressões mais usadas pelo mesmo. Todas as palavras do dicionário planejado estão em maiúsculas e significam, respectivamente: pergolado, quiosque, reveillon e teatro. Com os risos, alguém descuidou e liberou um flato.)

O EPISÓDIO DA BOCA DO JARAGUÁ

Um sábado fui convidada
para uma festa bacana
mas aconteceu um caso
que se tornou engraçado.

O sapato de uma amiga
feito açucar desmanchou
e deixou a pobre moça
mesmo bem borocoxô.

A sandália da coitada
abriu de um lado pra outro
parecia o jaraguá
botando fita nos outros.

Um pedaço foi pra cima
outro virou para baixo
e a pobre da garota
ficou com cara de taxo.

Eu estava pra chegar
e o telefone tocou
do outro lado alguém
chamando solicitou.

Me traga aí um sapato
seja ele como for
pois o danado que eu estava
escafedeu, desmanchou.

Chegando lá no local
eu tratei de entregar
o sapato pra amiga
pra ela poder jantar.

Foi um deboche danado
e a pobre envergonhada
só que no final da festa
ela estava acompnhada.

Digo acompanhada
na história do sapato
pois o de outra amiga
estava virando trapo.

O salto quase quebrado
balançava,  ela tremia
com medo que alguém
visse tamanha estripulia.

Nunca vi numa só noite
tanto sapato quebrado
parece que o Panorama
não gosta de rebolados.

Por isso pegou as duas
de jeito bem a" cailhar"
e transformou os sapatos
em boca de jaraguá.





(O fato aconteceu em uma festa de aniverário
de uma amiga no conjunto Panorama)

Mudando a temática

      Sempre tenho postado poemas um tanto melacólicos, como já disse em outros escritos, retalhos da alma, quer sejam sobre algo que está em mim ou vivências de outras pessoas com as quais convivo. Hoje me proponho a postar cordéis, escritos em momentos cotidianos e que os considero pitorescos.  Esses momentos, tenho transformados em cordel. As situações, como nos poemas, podem ter sidos vivenciados por mim ou por amigos.(as) Porém sempre incluo o eu-poético em primeira pessoa. Para facilitar o entendimento do leitor, farei uma  mini resenha após o cordel.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Inquietação

Tudo me inquieta:
o som, a luz, a voz, barulho qualquer.
Nada, nada, nada me acalma.
Sinto-me inútil.
Nada faz sentido. Nem esses barulhos pentagonais.
Não sei o que sou nem a que vim.
            (   ...   )
Procuro respostas, imagens
                           alguma coisa em que me reconheça
                           como sou,
                           nesta noite triste de dezembro...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

EMBARAÇO

Tarde. Estou pensando em mim.
A situação é de embaraço...
Tento uma estratégia.
Qual usarei?
Descubro que a linguagem é essencial.
A do corpo é a melhor. Ficarei triste, procurarei algo...
Alguém perguntará o que busco.
Direi? Talvez crie uma situação.
O embaraço se avoluma...
E eu saio a procura do que não perdi...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

MOMENTOS NOTURNOS


É noite...
Lá fora, um pequeno zunir.
Passam vozes confusas, assobios,
restos de risada...

Transporto-me para outro mundo:
Lá, encontro restos do que fui...
Não me reconheço...
Sou menina, infinitamente menina...

É preciso acreditar no que sou...
Fujo, fujo para onde estou...
Sou séria e triste...

Vejo que tudo tem motivo...
Até estas lembranças inconstantes
como rios periódicos que vão e voltam,
trazendo vida e morte,
nesta eterna contradição do que somos...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ENÍGMA DO NOME


O verso moi
o poema és
se encontro o "s"
teu nome formei...
Na água que corre,
nunca esquecerei,
tua alma sensível
sempre me dirá
que estarás presente
também a navegar.

PRÊMIO DARDOS

"O Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras. Esse selo foi criado com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros; uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web."
Regras:
- Exibir a imagem do Selo no Blog
- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação
- Indicar outros (sem número limite) para premiar.
- Avisar os escolhidos


Recebi o Prêmio Dardos do blog o que me importa.
E tenho a honra de presenteá-lo para vocês http://amandynharodrigues.blogspot.com/ e http://apenasumpouquinhodemim.blogspot.com/, pelo conteúdo dos seus blogs. Façam o procediemto disponível no meu blog.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Eu e meus pássaros


Olho a gaiola...
Assusto-me...
       ...
Acendo uma luz, parece que tudo
                           quer apagar-se...
Procuro o perigo que me incomoda...
São gatos?
Quero esquecê-los...
           miau...miau...
Esse eco me incomoda...
Busco uma saída, talvez a praia...
Quero infinitamente defender
                   meu pássaro...
Olho ao redor, quero certificar-me 
                         que não há ninguém...
Fujo, fujo e fujo...
Nesta caminhada, levo o gato e protejo meu pássaro...
                                        CONSEGUIREI?                                              

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

TENSÃO

Estou no topo de uma escada.
Além desta, há outras.
Meus pés presos, eu ando no tempo...
Como queria sair e fugir numa fumaça...
Não posso descer ao passado...
Tenho medo daquela escada que vejo além desta...
O presente não me agrada...
O que quero? Encontrar-me.
Perdi-me num emaranhado de linhas invisíveis...
Soltei o novelo no labirinto, mas alguém o emaranhou...
Gostaria de me ver novamente, mas
aquela fumaça cobre-me...
Oh! momento telúrico em que
tudo me reverte ao nada que sou...

sábado, 20 de novembro de 2010

ANDARILHA

Lembro tua voz menina...
Meio trôpego, feito bêbado errante...
Queres te afirmar,
queres te encontrar,
queres... Que queres?

Tropeças nas palavras...
Engoles "ss" e "rr" e comes palavras...
Pareces menino...
És homem! Produto de uma sociedade excludente...

Gosto de pegar desafios...
Pedras brutas...
Quero lapidar...
Assim como já fiz!
                    Quando prontas,
                                 devem brilhar jóias,
                                       em outros dedos...
E eu, andarilha do tempo
buscarei outras matérias-prima
para "                               S "
                                    A
                                 L
          A      T       Á
               R       E
                              Conseguirei?
                                                  

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A UMA NOITE

Estremeço ao roçar do teu corpo...
Todo teu ser gustativo em mim...
levas-me por caminhos indiscritíveis.


Teu silêncio me atordoa...
Roço meus dedos em teu corpo...
Não reages.
Estás frio, distante, inatingível...
Desisto e durmo como nunca mais o fiz.


Desperto e te vejo ali,
quase a fugir...
Sem uma palavra te vás.
Tenho vontade de amar...
Busco palavras nos outros...
Na verdade, queria mesmo as tuas
que se perderam no caminho...


Melhor esquecer...
Fazer de ti uma daquelas miragens.
Não cáqui, nem azul, talvez cinza...
Lembrando teu último carnaval distante.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ler, operação de mão dupla

         Escrevo retalhos da alma. Mas, ao escrever dialogo com meus fantasmas, com meus leitores, com outros poetas e com escritores de romance. Espero que meus leitores deem vida e atribuam significações aos meus escritos, de acordo com a experiência de cada um. Nesse encontro de diálogos brotará novas vozes que se juntarão as já articuladas nos escritos. Nesse sentido, não teremos um único "ser" dono do texto, mas, muitos. Só assim, perceberemos o quão de belo que há na magia de cada palavra, fazendo-se e refazendo-se a cada leitura, no desejo de sempre se renovar.

sábado, 13 de novembro de 2010

INEXPRESSÃO


Passei minutos buscando
                     teu verso.
Que me fugia sob
                     todo aspecto...
Estava dentro do meu
               coração
o verso belo de uma
                         canção...

Mas não queria
                       fora expressar
a alegria de te ver tocar
a parte fria de um ser
                       bem triste...
Que se alegra por saber
                      que existes...

Comparo agora este sentimento
que me inspira por vários momentos
quando um azul em mim existia
mas que de leve tristeza trazia.
Chegas alento daquela tristeza
que se perdeu em meio à correnteza...
.                                                                                                      

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

MIRAGEM CÁQUI


Sinto o fim da última inspiração...
Como as bolhas de sabão
daquele poema,
tu,também foges...
A reflexão motivou tudo,do nada que sumiu.

Minha lágrima
escorre por dentro...
É igual aquela vermelha e em cacos...

Ainda me resta ouvir um resto de mensagem
até que tu sejas apenas uma miragem
cáqui e bela numa tarde-noite
de ano zero...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

ALMA GÊMEA DO VERSO

Busquei um verso numa
        tarde fria...
Mas na expressão nada
        existia...
Só tua imagem de horas
        vazias...
Preenche o espaço de uma
        melodia...
És alma gêmea do meu
        verso avesso
distante e próximo
        desde o começo.
Numa escada de degraus inversos
estamos almas de um fim-começo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PONTO CINZENTO


Olho fixo o arrebol...
Vejo-te num ponto cinzento
tudo gira...
        Menos você que parece um ponto
                                                   fixo e
                                                   fino...

Lentamente,movo-me na direção da luz...
Mas, você! ( ... ) Ponto cinzento,
                   escurece-me as idéias,
                    prende meus passos
                    dilacera-me a alma...
Fujo na direção do sol
ofusco-me com a luz
                            que por momentos escurece...
                  ( ... )
Busco saídas, procuro respostas...
Nada esclarece nada
e eu, perdida no caminho da volta,
                          saio a procura de mim...

domingo, 31 de outubro de 2010

TEMPO

Há tempo para tudo...
      Há tempo de amar.
            Há tempo de passar tempo.
      Há tempo de RATLOV no
                                            tempo...

Há tempo de esquecer.
              Há tempo de perder...
              Há tempo a perder...
Há tempo de sorrir.
      Há tempo de mentir.
      Há tempo de fugir...

Há tempo de partir.
Há tempo de ser leal.
Há tempo de cair "na real".
Há tempo de evitar o mal...
      Há tempo para o tempo.
      Há tempo para o bom tempo...
Há tempo que não está no tempo.
Há tempo que vai chegar o tempo...

Há tempo para o problema
                   do tempo
                                e
há tempo para o poema do tempo...
               que acaba sem tempo
               para este poema
               que retrata o tempo
               do meu invento
                     fora
                        de
                           tempo...
          

terça-feira, 26 de outubro de 2010

UMA CANÇÃO SEM EXÍLIO


                         Minha terra tem cantores
                         que cantam igual sabiá
                         os artístas que são muitos
                         encantam em qualquer lugar.
                                  
                         Em cismar sozinha à noite
                         vejo a beleza que há
                         nossas praias bem bonitas
                         encantam turistas de lá.

                         Nosso sol o ano todo
                          brilha nesse céu azul
                          permitindo os passeios
                          na bela Genipabu.

                          Se eu fosse um poeta
                          como Otoniel igual
                          escreveria poemas
                          enaltecendo Natal.

                           E se eu tivesse poder
                           para bem conscientizar
                           eu pederia a todos
                          "pra" natureza preservar.

                           Só posso pedir a Deus
                            com todo poder que há
                            não deixe que alguém destrua
                            a beleza que aqui há.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Momento


Voltas como arribaçãs.
São aves de destino ignorado...
Tu vens ... como elas
por forma simples - palavras, frases soltas, restos de música...
Ou por um momento parado na retina...

Voas para além do tudo.
Fugindo, sempre fugindo como as aves...
Se pudesses entender...
Apareces inconstante e eterno
sempre deslizando na correnteza daquele rio invisível e azul...

Eu... entro pela escada de espelhos e me perco no labirinto de imagens.
Apareço invertida feito
ROMA E AMOR feito
ALMA E LAMA na eterna
inconstância  do SER em momentos
marcados pela tua lembrança...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Aparência


Parece estar tudo às avessas.
Procuro uma resposta ou procuro a mim mesma...
         Minha cabeça gira e gira...
Preciso entender cada gesto,cada palavra...
         Mas nada explica nada. 
Ou tudo são mentiras,aparências sem essência?
Por que gesto de ternura?
Por que ... Não, talvez seja só amizade que floresce.
Não quero ser este SER sem vontade e com vontade.
Não quero, não quero,não sei o que não quero...
Só sei que quero encontrar-me, rodopiando entre nuvens loucas
que dançam ao som do vento...




           (Sem nexo - tarde de uma sexta)

sábado, 16 de outubro de 2010

Procura


Busco um poema que perdeu-se... 
Encontro restos de palavras, vagas lembranças...
Mas não há sentido no que digo...
Penso... Procuro reviver momentos...
Vejo-me com olhos marejados...
Nenhuma palavra, nenhum sentimento...
Nada que possa encontrar o que procuro...
Nos meus ouvidos ecoa qualquer coisa que eu não sei o que é...
Penso e penso, procuro lembrar...
Nada me leva a nada...
A busca de tudo é só ilusão e angústia em mim...

(20/07/01, 20:25h - Escola Maria Alexandrina, 5ºC)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Re-vivendo a Manhã



É cedo. Uma manhã fria de Junho
Caminho sem perceber-me
Estou absorta em meus pensamentos
Uma mulherita apanha cinzas
Suas cinzas? Ou... Cinzas de uma fogueirita...


Briga com a pá
Passo... Não passo, o telefone para.
Re-vivo o momento...
Uma cachorra olha a rua
Seus olhos presos no infinito
Seu corpo preso pelo portão.
Continuo minha caminhada...
Deparo-me com um gari...
Não o vejo, imagino qualquer coisa.
Ele não me lembra nada...
Uma espiga esquecida na cinza.
Penso em quem lá a colocou...
Não penso em mais nada.


Vejo um soldado.
Não é o amarelo de Fabiano
É o meu... Pele escura,
Cara de doberman.
À frente, monte de pessoas
Na imundície do lixo.


Vida? Sobre-vida?
Entro. É o fim da caminhada...
Penso nesse poema
E no da manhã fria de Julho...
Esse está longe daquele...
Mas próximos pela palavra, que é tudo...
Nesse momento efêmero que exprime nada

(24/08/08, 14:55h - revivendo um momento vivido às 6:45h)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A Ponte Sem o Ponto


Penso no meu objeto de investigação,
Busco com ele um diálogo.
A mensagem atrapalha-me...
O objeto intriga-me.
Não deixa que eu o decifre,
Tarefa difícil, ação obrigatória...
Leio... Leio... Leio...
A compreensão foge...
Luto com a palavra...
Re-luto... Leio - re-leio...
Intrigo-me com o que me intriga.
Fico triste. Será que fiquei...
Não completo o pensamento.
É forte o que penso... Brigo comigo.
Volto a pensar no meu objeto.
Vejo-o, busco-o, tento sentir-lhe
Não o sinto como queria...
Falta uma ponte... Palavra? Talvez!
A tarde está sombria... Não!
Quero escrever com propósito...
Que propósito? Todos? Um?
Quem lerá? Escrevo para ninguém...
Não! Escrevo para outro eu...
Um dia, ele lerá... Achará nada,
Diante de tudo...


(S.G.A. 06/08/10, 16:47h)