quarta-feira, 25 de maio de 2011

Momentos Noturnos

É noite...
Lá fora, um pequeno zunir.
Passam vozes confusas, assobios,
restos de risada...

Transporto-me para outro mundo.
Lá encontro restos do que fui...
Não me reconheço...
Sou menina, infinitamente menina
e vorazmente fera ferida.

É preciso acreditar no que sou...
Fujo, fujo para onde estou...
Sou séria e triste...

Vejo que tudo tem motivo...
Até essas lembranças inconstantes
como rios periódicos que vão
                                            e voltam,
trazendo vida e morte,
                                                                       nesta eterna contradição
                                                                 do que somos...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

sábado, 14 de maio de 2011

DIVAGAÇÃO

                                                                               Divagação:
é o sósia em ti e o inverso em mim.
É a memória do outro
é uma máscara carmim.
É o arriscar da vida,
é o apagar da candeia,
é uma voz bem alheia.
É a fração de um segundo,
é um juízo do mundo.
É uma voz já calada,
é a palavra velada. 
É o monólogo de dois,
é sempre um dia depois.
É a voz da consciência,
é a confissão sem essência. 
É o princípio do fim,
é o eu em ti, 
é o tu em mim.
É a dissonância do múltiplo,
é o diálogo mais duplo,
é tudo e nada, enfim.






domingo, 8 de maio de 2011

RETALHOS DE PALAVRA


Já muito antes de te ver,
                        te vi
a água te batizou,
                            no meu olhar
o sal da terra te salgou,
o meu amor te consagrou.
No silêncio,
  no ócio,
no cio,
vistes o sol nascer e se pôr.
Construistes tua cabana,
                    no bosque
escutastes o rumor do vento,
                             o canto dos pássaros,
                         o murmúrio das águas.
                              Busquei
sem pedir licença
                          profanei tua pureza,
                          fiz nascer nossa fraqueza
                         no meio da fortaleza...
          
                 

domingo, 1 de maio de 2011

SAUDADE

Há um curso no rio,
                                       há uma lágrima em mim.
Não escorre externamente...
                                                       cai gota a gota no meu coração.
Enquanto o rio desse aos borbulhões.

Há um espinho no meu peito...
                                       Fere-me...
Gota a gota de sangue lacrimeja, dilacera-me a alma...
                          O rio dilacera suas margens.

Vejo pássaros noturnos...
Se tivesse que voltar, onde encontra-me-ia agora?
Á beira do rio, sinto-me perdida
neste imenso mar de solidão e saudade do que fui.

Acompanho o movimento da água
                                                                furiosa,ela leva tudo...
Até meus velhos pensamentos dessa saudade incontida...