É noite...
Lá fora, um pequeno zunir.
Passam vozes confusas, assobios,
restos de risada...
Transporto-me para outro mundo.
Lá encontro restos do que fui...
Não me reconheço...
Sou menina, infinitamente menina
e vorazmente fera ferida.
É preciso acreditar no que sou...
Fujo, fujo para onde estou...
Sou séria e triste...
Vejo que tudo tem motivo...
Até essas lembranças inconstantes
como rios periódicos que vão
e voltam,
trazendo vida e morte,
nesta eterna contradição
do que somos...