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FLORAIS

Aproxima-se a chuva!

Os ipês em flor sorriem...

Meu São Gonçalo se enfeita!

flores roxas, amarelas e azuis.

Um cheiro de terra molhada rescende...

Minha vista se encanta,

os pássaros saltitam

e os ipês, em algazarra, gargalham ao som do vento,

na manhã fria,

desse meu solo fértil

de belezas culturais!

VIDA DE BICHO

O bicho bole no saco

o saco mexe no seco

o bicho mexe no pé

o pé remexe de jeito

o saco sacode lixo

o lixo sacode seco

o saco cheio se fecha

se fecha sem ter receio

se tem receio o saco

tem medo do bicho feio

se amanhece outro bicho

o saco cheio se vai

pras banda do cafundó

ver uma onda no cais!

PÉ DE QUALQUER COISA

(Homenagem ao pé de qualquer coisa do watsap)

Neste pé de qualquer

pássaros desejam pousar

e no galho faz seu ninho

tecendo no seu tiar

é falcão, pardal,canário

beija-flor e azulão

patativa, sabiá

uirapuru,gavião

entrou também pica-pau

e ja chegou estiloso

fez um verso diferente

pra dizer que é charmoso!

Tem pássaro fazendo birra

não canta e não diz nada

acho que está merecendo 

levar uma boa palmada!

Arranco as penas deles

e faço um travesseiro

assim quem sabe os danados

soltem seu canto ligeiro!

Volto lá para o galho

da árvore que é virtual

e aguardo um cantar

do meu pequeno pardal!

LEMBRANÇA

LEMBRANÇA

                                      A NATUREZA ME ABSORVE...

SINTO SEU CHEIRO, SEU FRESCOR.

                               A ÁGUA ME MOLHA OS CABELOS E EU ME TRANSPORTO PARA MINHA INFÂNCIA...

RIOS, CASCATAS, RIACHOS...

ESTOU FORA E DENTRO DE MIM,

NESTA TARDE SAUDOSA DE DOMINGO...

18.10.2015 -   17:53

AUSÊNCIA

Horas tardias...

                             Abro a janela e a lua me espia altaneira.

Um sopro de amor me sufoca.

                                     Tento inventar uma saída para o mundo da lua...

Entre a loucura e o sonho, vejo que o caminho é impossível.

                               Fecho a janela convícta de que o dia sempre renasce

dissipando os medos noturnos noturnos de mim

na ausência de ti...

VERBO RASGADO

Rasgo-me...

                                   remendo-me a cada nova palavra.

O poema volta a me rasgar.

Agora, lembro o poeta:

"viver é um rasgar-se e remendar-se."

                                                     Nesse momento, é o poema que me rasga.

Escancaro o que sinto.

De repente, fico inteiro... Tenho mais emoção,

                                                                   mais amor,

                                                                                  mais coragem.

Enfrento a parte desconectada de mim e

                                                                           num instante, reflito o espelho rasgado

em meu ser na ausência saudosa de ti...

                                                              

Ventos

O vento me vira ao avesso.

                                                                      Sou metade de mim...

Escrevo e a incompletude domina meu verso...

          Olho a janela e um olho exerga uma borboleta azul, tocando flauta...

                                                 Nada do que sinto se passa, realmente...

A janela vira espelho, que reproduz minha imagem...

                                          Uma canção nostálgica me desperta

e, agora, outro vento me traz velhas lembranças

do velho rio de minha aldeia...